Robert de Brose (UFC)leu uma reportagem sobre a pesquisa dos manuscritos do Mar Morto e da literatura cristã primitiva e, fascinado, decidiu estudar grego. Escreveu para a FUVESP, em 1998, e recebeu em casa o manual do ano anterior. Tempos em que não havia ainda a internet. Saiu lá do interior do RS para São Paulo para fazer grego. Sempre gostou mais de latim, mas o grego parecia mais arcano, mais erudito. O grego foi uma língua difícil no começo, demorou mais de um ano para gostar mesmo da língua e de sua sonoridade. Trabalhou ao mesmo tempo como tradutor e legendador, e fez toda a graduação noturna, trabalhando. Robert diz que não existem clássicos sem tradução e a tradução floresce na diversidade e que sempre gostou de traduzir e de pensar a tradução. E nos fala de Píndaro, a relação dele com nossa personagem nasceu como um casamento arranjado mas acabou se tornando verdadeira paixão. Não temos informações biográficas de Píndaro que não tenham sido retiradas dos próprios poemas. Nasce por volta de 518, no começo das Guerras Médicas, era filho de um auleta, que ensinou a ele como tocar o instrumento. Píndaro tem algo inimitável em suas metáforas e sua combatividade. Sua poesia é tida como difícil já na Antiguidade, mas sua obscuridade surge em uma recepção muita específica da obra dele: a crítica dos gramáticos e lexicógrafos. Na recepção dos poetas, esta mesma dificuldade se torna sofisticação poética, sendo assim altamente elogiada. Robert recomenda começar a ler Píndaro pela Primeira Olímpica, onde sua genialidade é muito conspícua. Robert mantém um blogo sobre tradução: http://versosemreverso.blogspot.com
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