I Jornada Archai: Gênero e Antiguidade: problemas e métodos
22 de fevereiro de 2021
Odisseia, 6.100. Crédito da Imagem: Gustavo Piquera.
Os questionamentos derivados dos movimentos feministas e LGBT’s da segunda metade do século XX lutaram por evidenciar a necessidade de se levar em conta o fato de que as mulheres, assim como os homens, de diferentes classes e raças, foram agentes históricos em todas as sociedades humanas. No que diz respeito à Antiguidade, nos Estados Unidos, desde os anos 1970, os trabalhos desenvolvidos, por exemplo, por Sarah Pomeroy marcaram época. Na França, no começo dos anos 1980, poderíamos citar, entre outros, os trabalhos de Nicole Loraux, de Claude Mossé e de Pauline Schimitt-Pantel. No Brasil, por sua vez, é sobretudo a partir dos anos 1990 que vemos a emergência de pesquisas e de publicações que se interessam pela presença, participação e representação das mulheres e/ou do feminino, bem como pelas relações de gênero estabelecidas entre mulheres e homens.
Seja como for, é possível afirmar que a publicação do artigo “Gênero: uma categoria útil de análise histórica”, de Joan Scott, em 1988 foi importante não apenas por reafirmar o conceito de gênero como uma forma de desnaturalizar a compreensão das diferenças sexuais, mas por se propor a apresentá-lo como uma “categoria de análise histórica”. Dito de outro modo: a autora reafirmou o “gênero” como uma ferramenta que permite interrogar historicamente as significações sociais atribuídas a diferenças anatômicas, ressaltando o quanto tais significações foram e são produzidas de modo a operar na própria tecelagem de diferentes malhas sociais, em prol do estabelecimento de relações de gênero por vezes bastante hierarquizadas, sem perder de vista suas interações com outras categorias sociais e de análise. Assim sendo, longe de ser apenas um objeto de estudo, o gênero tem-se afirmado como uma ferramenta conceitual que traz questionamentos metodológicos, bem como estimula a elaboração de novas abordagens.
Intitulada “Gênero e Antiguidade: problemas e métodos”, a primeira Jornada Archai reúne um conjunto de videoconferências, apresentadas por pesquisadoras de diferentes países, voltadas para as especificidades e os desafios implicados na utilização do gênero enquanto uma ferramenta de análise pertinente também no âmbito de estudos sobre as sociedades antigas.
PROGRAMAÇÃO:
9h45 Abertura
10h Violaine Sebillotte Cuchet (Université Paris 1 - Panthéon) Comment écrire une histoire mixte de l’Antiquité?
Chair: Emiliano Buis (UBA- Conicet)
Chair: Beatriz de Paoli (UFRJ)
Chair: Maria Angelica Fierro (UBA - Conicet)
Chair: Renato Pinto (UFPE, Brasil)
Chair: Claudia Marsico (UBA - Conicet)
COMISSÃO ORGANIZADORA:
Agatha Bacelar (UnB)
Fernanda Israel Pio (UnB)
Gabriele Cornelli (UnB)
Henrique Modanez de Sant'Anna (UnB)
Isadora Costa Fernandes (UnB)
Lettícia Leite (UnB)
Pilar Spangenberg (Universidad de Rosário, Argentina)
Tadeu Cavacalnte (UnB)
INSCRIÇÕES:
Inscrições encerradas!
As inscrições são gratuitas, mas limitadas. Faça a sua por meio do seguinte formulário.
Será fornecido Certificado. O link para o Zoom será enviado somente no dia anterior para o email cadastrado na inscrição.
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Programa de Pós-Graduação em Metafísica / UnB
Núcleo de Estudos Clássicos / UnB
Red Brasília-Buenos Aires de Filosofía Antigua
Asociación Argentina de Filosofía Antigua
Sociedade Brasileira de Estudos Clássicos